Na história do povo de Deus, sempre encontraremos focos de perseguições e martírios. Fato impressionante é verificar que muitas perseguições nasceram no próprio ambiente religioso contra os seus profetas e movimentos defensores da pureza e da santificação.
Outras perseguições surgiram dos povos adjacentes politeístas, que atribuíam suas vitórias aos seus deuses. Tais povos não compreendiam e nem concebiam a existência de um único Deus e rechaçavam o monoteísmo.
No que tange a Igreja, lamentavelmente a perseguição surge do próprio sistema. Os Judeus que segundo as profecias bíblicas deveriam receber o Cristo com festa, levantaram-se contra aquele que viera para resgatá-los, conforme narra o Evangelho de João: "... Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas a todos que o receberam deu-lhes o poder de serem filhos de Deus: aos que creem em seu nome." (João 1.11,12).
Todavia, os Judeus se encheram de partidos religiosos. Cada um defendia uma bandeira política e teológica. Havia grandes interesses que os dominavam. Eram constituídos por escolas e grandes mestres afinados com a política religiosa e secular. Outros como os "Essênios" constituíam-se numa comunidade separatista, longe de tudo e de todos. Ao que parece, o distanciamento os impedira de contemplar o "... Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (João 1.29)
Nesse cenário político-religioso, cumpre-se a "plenitude dos tempos" (Gálatas 4.4), isto é, completa-se o tempo determinado por Deus para enviar seu filho no propósito de resgatar a multidão de perdidos, principalmente os judeus que haviam perdido o foco principal da vida eterna.
Os levantes contra o plano de Deus iniciam-se no nascimento de Jesus. Nesse tempo Herodes era o "déspota" que ditava as normas. Como homem sedento de poder e fama, amedrontado por possíveis sustos de usurpação de seu "poder", compreendeu a tarefa de acabar com todas as possibilidades de alguém usurpa-lhe o trono. Para eliminar essas possibilidades, mandou matar até seus parentes próximos. Havendo tomado todas as providências através de atitudes criminosas para permanecer "seguro" no poder e sossegado no trono, diz à história que chegaram uns magos no seu palácio interrogando: "Onde está aquele que é nascido Rei dos Judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo. E o rei Herodes ouvindo isso, perturbou-se e toda a Jerusalém com ele." (Mateus 2.2,3). Herodes não esperava por essa! O plano de Deus é sempre assim, não há quem possa frustrá-lo.
O texto narra que Herodes inquiriu os entendidos para saber onde havia de nascer o Cristo (Mateus 2.4), e consequentemente sendo informado que era Belém, acreditou nas informações obtidas através dos "Escribas e Príncipes", apesar destes não darem o mínimo crédito, mesmo sabendo precisar pelas Escrituras o local onde nasceria o Cristo. Possivelmente, sabiam o local, mas não criam na veracidade e cumprimento.
Herodes instruiu os magos para lhe informarem a respeito de tudo, mas Deus os revelara os malignos intentos contra o menino. Assim o menino Jesus foi levado para o Egito através da intervenção de Deus. Vendo Herodes que suas determinações não foram cumpridas, foi acometido de mais uma crise de fúria maligna, mandando matar todas as crianças de dois anos abaixo, pensando assim que também mataria a Jesus, mas, apesar da crueldade para com as crianças, não conseguiu matar Jesus.
Com essas considerações observa-se que essa persistente perseguição do inimigo contra o povo de Deus é histórica. Assim sendo, a perseguição contra o Cristianismo, inicia-se no nascimento de Jesus, com o inimigo intencionado a acabar com os projetos de Deus. Essas tentativas são históricas, pois o seu intento no decorrer dos anos para eliminar de uma vez por todas o povo de Deus, e para isto, ele usa sistemas políticos, religiosos e conspirações, "... Mas o Senhor nas alturas é sempre mais poderoso do que os ruídos das grandes ondas do mar..." (Salmos 93.4)
Quando chegou o tempo propício de Jesus manifestar-se, Deus começou a usar o profeta João Batista, no deserto da Judeia, como o seu precursor. Há muito tempo não surgia um profeta em Israel, e a notícia de que havia um profeta no deserto da Judeia atraiu toda Jerusalém, Judeia e adjacências ao local. João Batista atraíra multidões para o deserto e todos o tinham como profeta, mas quando contemplou a Jesus disse: "Ele é maior do que eu... Ele existe antes de mim!" "... Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" (João 1.29). "... Eu não sou digno de desatar as correiras de suas alparcas...". Assim a multidão que seguia a João Batista começou a seguir ao Cordeiro de Deus. Todos percebem que Jesus era completamente diferente! Suas palavras eram cativantes, seus milagres inéditos, sua sabedoria suplantava qualquer outra até então existente. O povo dizia: Nunca vimos acontecer tal coisa! Era a promessa de Deus se cumprindo, as profecias do Antigo Testamento referente ao Messias que todos os judeus deveriam aguardar e recebê-las. Entretanto, Jesus veio, andou pelas ruas, caminhou com eles, viveu no meio deles e não o reconheceram, pelo contrário, perseguiram-no e lhe deram o pior de todos os castigos, isto é, a morte de cruz.
Portanto, a perseguição nasce do próprio ambiente religioso contra aquele que deveria receber com "tapete vermelho". Com o seu poderio político o mataram, pensando dar fim ao Cordeiro de Deus, mas é impossível matar Deus! Ele é o autor da vida e da morte. No terceiro dia Ele ressuscitou e deu vida em abundância aos discípulos e eles encheram Jerusalém e todas as regiões adjacentes, espalhando-se pelo mundo inteiro, com a mensagem de que Jesus Cristo é o Senhor e solução de Deus para a humanidade. Pela graça de Deus essa mensagem bendita e resgatadora chegou também a nós brasileiros.
Inconformados, desencadearam perseguições por todas as partes, intencionadas a abafar e acabar com o movimento, entretanto, quanto mais intensiva fosse às perseguições, mais cresciam em graça e número. Vale relembrar o verso do hino: "Obra santa do Espírito, essa causa é do Senhor. Nem Satã nem o mundo inteiro pode apagar esse ardor! Ninguém detém é obra santa, essa causa é do Senhor!".
Ouça a este belo hino, cantado pelo amado irmão Luiz de Carvalho:
Fonte: O Grão de trigo que gerou as Assembleias de Deus, p. 49-52.
Extraído do livro: (4° EBOM) Pentecostalismo e História, AD São Mateus, comentários: Pr. José Elias Croce
"A História da Igreja - Perseguição planejada de Jerusalém, Judeia e aos confins da terra" foi divida em 8 partes. Continue apreciando esta brilhante matéria em nosso cronograma completo.
Maravilha de relato bíblico!
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